Uma escultora
misteriosa que garante estar viva desde a Idade Média e um homem
desfigurado por queimaduras adquiridas num trágico acidente de carro têm
os destinos cruzados em A gárgula, aclamada estreia literária
do canadense Andrew Davidson. Traduzido para 29 idiomas, o livro une em
ambientes tão díspares descrições viscerais sobre os muitos infernos
dantescos presentes na história da humanidade. O resultado é um romance
arrebatador sobre a queda ao inferno e a busca por redenção.
Um ator e diretor de filmes pornô com vida desregrada
é o protagonista da história. Em uma noite de bebedeira, ele dirige em
direção a um penhasco e, após uma grave explosão, fica com praticamente
todo o corpo queimado. Quando acorda, está imobilizado na ala de
queimados de um hospital, cercado por enfermeiras. O corpo bem torneado
do ator, com bronzeado impecável e cabelos sedosos, transformou-se em
algo repulsivo. Ele sabe que as cicatrizes ficarão ali para sempre e
planeja dar fim a tudo aquilo tão logo deixe o hospital.
Passam-se dias e meses, tempo durante o qual ele vai
recuperando os movimentos e torna-se quase um especialista em
queimaduras. Com tanto tempo livre na ala de queimados, ele aproveita
para ler tudo que pode sobre o assunto. Enquanto faz relatos precisos
sobre o tratamento, o autor também revela ao leitor um pouco sobre a
história do protagonista, da infância insuportável de órfão criado por
parentes viciados em drogas até virar um renomado e requisitado astro
pornô.
A história ganha um rumo diferente quando o
protagonista começa a receber a visita de uma bela mulher, Marianne
Engel, uma ex-paciente da ala psiquiátrica do hospital, que afirma ter
vivido com ele uma história de amor na Idade Média. Demora um pouco para
haver empatia entre ele e a estranha, mas eles acabam por se tornar
amigos, de tal forma que após quase um ano de hospital, ele vai morar
com ela e desiste da ideia de suicídio. Marianne trabalha como
escultora, libertando gárgulas de blocos de pedra, como ela mesma
costuma dizer. Entre uma peça e outra, ela conta ao novo amigo como foi
que se conheceram séculos antes, quando ela era uma freira copista e ele
um mercenário.
Davidson mantém a história atraente intercalando
episódios dos dois relacionamentos, o que se passa no presente e é
narrado pelo protagonista, e o vivido na Idade Média, muito bem contado
por Marianne Engel, a qual também costuma narrar ao amigo belas
histórias de amor que superaram a morte, o tempo e a distância.
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Eu particulamente gosto desses temas, tipo amor de almas ...
E a capa já vende o livro.....
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